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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A Cura da Alma

I. A Introdução ao assunto

A cura da alma é uma das áreas da vida cristã muito negligenciada e as Igrejas não estão a providenciar programas adequados ligados com a “cura da alma”, que ajudem os membros e pastores a lidarem com conflitos da alma e a serem libertos de problemas de personalidade ligados ao carácter, emoções,  temperamento e a inclinações complexas e diversas, algumas mesmo de natureza sexual e fraudulenta.

Infelizmente, há líderes cristãos que sofrem de uma inclinação muito forte ligada a pecados sexuais, outros têm temperamentos fortes que os tornam muito agressivos e há alguns mesmo que sofrem de uma grande tendência ligada a actos de fraudulência e vigarice.

Há muitos crentes que sofrem toda a vida pela calada de diversos distúrbios a nível da sua "alma", não buscam ajuda, porque também ninguém lhes oferece esta ajuda e não conseguem uma cura completa ou libertação de certos conflitos e pecados e acabam por enganar a si mesmo e aos outros.

Mas é bom saber que afinal todos nós precisamos de "cura da alma", pois sofremos de distúrbios, conflitos e comportamentos que "precisam de ser endireitados".

Procure na Net o corinho de crianças: "havia um homenzinho torto, que morava numa casa torta, andava num caminho "torto" e tudo o que fazia era "torto" ...

Eu e voçê somos o homenzinho "torto" ... que um dia a Bíblia encontrou, e tudo o que era "torto" Jesus endireitou.
 
É deste assunto que iremos tratar – a cura da alma, deixar Jesus restaurar, endireitar a nossa alma.


I I. As doenças - emocional, psíquica, personalidade e espiritual

A. As igrejas deviam estar mais preparadas para a cura da alma

Há muitas doenças com sintomas físicos cujas causas estão na desarmonia da alma. Estão na alma, ou no psíquico como dizem os psicólogos, não são doenças orgânicas (físicas).

Normalmente quem deve lidar com este tipo de doenças são os psicólogos ou então a Igreja e os pastores, através  do aconselhamento pastoral e da confissão desses distúrbios e pecados da alma.

"Os Pastores deviam ter mais preparação na esfera psíquica, porque o trabalho pastoral está ligado directamente à esfera da alma da pessoa".

Ou deviam utilizar membros que têm cursos e experiência na área da psicologia, psiquiatria e clínica geral, para desenvolverem um ministério de cura da alma dentro da Igreja.

O problema é que, muitas vezes, são os próprios pastores que precisam da cura da alma, por sofrerem de conflitos emocionais, problema de personalidade, distúrbios psicológicos ou mesmo de uma tendência pecaminosa muito forte.

Se os pastores tivessem passado por uma  "cura da alma" maior, quando estivessem a preparar-se para o ministério, debruçando-se sobre este assunto como deve ser, talvez não precisassem tanto de ir a "restauro espiritual para pastores".

É claro que "os ministérios de restauro" não são só para ajudar os pastores a resolverem problemas emocionais, personalidade e pecaminosidade, mas estão também ligados ao trabalho pastoral que por ser um muito árduo, pode ultrapassar a capacidade física e emocional do pastor, levando-o a precisar de um tempo de descanso e restauro emocional, psicológico, físico e espiritual.

O trabalho da Igreja e dos pastores é lidar com pessoas que, muitas vezes, podem ser portadoras de conflitos, inclinações e tendências muito complexas. Um médico por muito treinado pode não estar preparado para o trabalho de cura da alma, por não saber lidar com o pecado das pessoas, levando-as à confissão e à restauração.

A não ser que seja um médico, psicólogo ou um psiquiatra cristão, que do meu ponto de vista são aqueles que estão mais preparados para lidar com a "cura da alma".  

B. O transtorno e a desarmonia da alma.

As causas que podem criar desarmonia na alma e criar atitudes pecaminosas são:

Um ressentimento contra alguém que nunca conseguimos perdoar; uma injúria que fizeram contra nós, que nunca mais esquecemos; maus tratos de familiares ou vindo de terceiros que deixaram marcas profundas no fundo do nosso íntimo; abusos físicos e sexuais; problemas de personalidade ligados com o carácter e o temperamento da pessoa; distúribos emocionais de diversa natureza; inclinações para actos sexuais contre nature e até de grande perversão; um pecado qualquer que nunca deixamos e aos poucos vai envenenando o nosso corpo e a nosssa alma; e a tendência inata ou adquirida para a depressão e doenças bipolares.

É claro que não podemos ignorar que alguns destes problemas podem estar associados a doenças físicas, e precisam de um tratamento profissional adequado.

Neste trabalho eu vou fazer referência aos problemas da alma que estejam mais associadas a problemas de personalidade e temperamento, problemas de natureza emocional e psicológica, ou a outras inclinações e tendências em que o "pecado" pode ser a causa principal.

O pecado, qualquer que seja, existente e alimentado dentro do coração, pode criar problemas sérios à alma humana, levando-a ao desregramento (desordem), confusão, culpa, desespero, desesperança e mesmo à depressão e ao suicídio.

Mas, para falar um pouco mais sobre este assunto tão pertinente que é a "cura da alma", terei que primeiro dar alguns esclarecimentos sobre a questão da dor e a doença.


I I I. Diversos aspectos sobre os conflitos da alma 

A. Sobre a dor e a doença

A dor natural foi criada por Deus para proteger-nos no nosso contacto com o meio ambiente. A dor é normal. Só quando a dor atinge certos limites, é que se torna indesejável.

A doença, no entanto, não é da vontade ideal e original de Deus. A vontade ideal e original de Deus é que todos os homens e mulheres pudessem gozar de uma boa saúde.

No entanto, embora a doença não seja da vontade ideal e original de Deus, ela existe por causa da entrada do pecado original no mundo e Deus no seu processo redentor pode utilizar a doença para chamar uma pessoa para si e mesmo para a santificação dos crentes e outros aspectos mesmo um pouco misteriosos.

Vemos por exemplo o caso misterioso de Job, que era um homem recto, mas que Deus chegou mesmo a permitir que o diabo infligisse a doença nele, e o fizesse perder os seus filhos e bens.  Mas vemos no final do livro, que depois daquela grande prova Job foi muito abençoado.

Jó 42: 12 Assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. 13 Também teve outros sete filhos e três filhas.

B. Como surgiu a doença

Deus não nos criou como bonecos mecânicos, como aquela boneca que quando abraçamos e carregamos no botão ela fala e diz: “I love you”. Mas, afinal ela não ama nada, pois não tem sentimentos.

Deus criou-nos como “agentes morais” com sentimentos, vontade própria e com uma consciência do bem e do mal.

Deus criou o homem livre, e o homem por sua própria vontade decidiu pecar voluntariamente, escolhendo o mal em vez do bem. É daí que veio o pecado original e como consequência o comportamento pecaminoso do homem e a doença.

Todas as doenças tem como causa primária o pecado original

C. A doença divide-se em 2 classes: físicas e psíquicas

Nas doenças físicas, a raiz da doença está numa mal função, ou dano no organismo – "mais propriamente dito, no corpo".

Nas doenças psíquicas a raiz da doença está numa mal função da mente “psíquico” – "disfunção na alma da pessoa".

É de notar que esta doença não está no cérebro - senão seria uma doença física; mas sim no pensamento, psíquico, ou alma, como queiramos chamar.

Pode aparentar ser uma doença física, por causa dos sintomas, mas a causa pode ser, por exemplo: "excesso de preocupação, choque emocional, stress, diversos abusos, problemas de personalidade de natureza temperamental ou de carácter que dificultam o relacionamento com a vida e com as outras pessoas, ou um outro comportamento, tendência e relacionamento qualquer que causa desarmonia em nossa alma".

As doenças físicas não fazem parte da esfera dos pastores ou da Igreja. As doenças físicas devem ser tratadas pelos hospitais e médicos.

Dizer a uma pessoa que herdou ou contraiu uma doença puramente física que não deve ir a um hospital, ou a um médico, é um atentado contra a sua vida e uma atitude de grande ignorância e de irresponsabilidade.

Não estou a dizer que a Igreja, ou pastores não devem orar por pessoas que estão doentes fisicamente.

Claro que podem e devem acreditar que Deus no seu amor e imensa graça pode intervir e efectuar a cura divina.

D. Doenças complexas que podem ter muitas causas

Há "doenças complexas", por não se saber completamente ao certo, do ponto vista científico, a percentagem que a mente e o corpo têm na causa dessas doenças.

É o exemplo de certos comportamentos ligados com a sexualidade, o álcool, a droga, o jogo, o tabaco, e a tendência para a fraudulência, vigarice, violência e para o crime.

No entanto qualquer que sejam as causas destas inclinações ou doenças, há que distinguir bem as causas e os efeitos.

Ou seja, não podemos desculpar os efeitos, se forem maus ou perniciosos, atestando que a pessoa não é responsável pela causa da sua doença ou inclinação.

Se os efeitos, ou os sintomas são maus, devemos em primeiro lugar colocar a etiqueta certa no comportamento - “comportamento mau”; no caso pastoral e bíblico, a etiqueta seria - “pecado”, ou seja "comportamento pecaminoso" .

Depois da etiqueta posta, e o comportamento da pessoa ter sido etiquetado como "comportamento mau ou pecaminoso", passamos ao diagnóstico.

Reparem bem que estou a dizer que o comportamento da pessoa é mau, é pecaminoso. É o comportamento dela que estamos a condenar. Não é a pessoa! A pessoa precisa de ser ajudada e restaurada.

Ao passarmos para o diagnóstico, procuram-se as causas da doença que está a levar a pessoa a esse "comportamento mau". Lida-se com as causas, tentando identificá-las e procurando ajudar as pessoas através dos meios terapêuticos e pastorais à nossa disposição.

Portanto, não vamos dizer a um prostituto, prostituta, alcoólico, drogado, vigarista, violento e homicida ou alguém que tem um "mau comportamento", que não faz mal, que ele pode continuar, que ninguém tem nada a haver com o seu comportamento e que, por final, ele nem é culpado das causas que o levaram a isso.

Não vamos atacar a pessoa, mas vamos identificar o seu comportamento como "mau ou pecaminoso " e vamos atacar as causas e procurar providenciar a cura para as pessoas.

O ano passado, um pastor, dos mais conhecidos na América, que tanto atacou o homossexualismo, foi descoberto e afinal ele mesmo tinha um amante a alguns anos.

De certeza absoluta que este pastor evangélico sabia que esta prática é pecaminosa. Mas, o problema dele, é que havia causas físicas, mentais, ou provenientes unicamente do seu passado, ou uma mistura disso, que o levaram a essa prática e como ele nunca recebeu tratamento, continuou às escondidas a praticar o homossexualismo.

Pode haver problemas iguais ligados com o álcool, jogo, adultério, problemas de temperamento e carácter, que atormentam as pessoas, até crentes e mesmo pastores evangélicos, que nunca tiveram o cuidado ou a coragem para lidar de frente com esses problemas e procurar a libertação e cura, que forçosamente terá que que passar pela confissão, o arrependimento e a Fé em Cristo.

Desta forma, há pessoas que sofrem toda a vida de um problema, mas vão "ventilando" o problema, ou "negando" o problema, ou "racionalizando o problema", ou buscando "bodes expiatórios" culpando outras pessoas e situações como sendo os principais responsáveis por esses maus comportamentos, em vez de os confrontar de frente e procurar o perdão, a libertação e a cura!

Se for o caso de um pastor evangélico que sofre de uma problema assim, os familiares e os membros das suas Igrejas terão que o aturar e sofrer as consequências desse problema.

A cura da alma é uma das áreas da vida cristã que tem sido mais negligenciada e as Igrejas não estão fazendo muita coisas, para poderem providenciar programas e terapias adequadas ligadas com a “cura da alma”, que ajudem os seus membros e pastores a lidarem com problemas de natureza emocional, a moderarem os seus temperamentos, a purificarem aspectos pecaminosos do seu carácter e a serem curados e libertos de doenças complexas de todo o tipo, como já vimos em cima, que possam estar a sofrer pela calada, sem nunca ter conseguido uma completa cura e libertação, enganando-se a si mesmo e aos outros.


I V. As doenças espirituais

Além dessas doenças complexas que podem ter uma causa física ou psicológica, ou uma combinação das duas, nós temos ainda as doenças espirituais que podem vir de possessão, opressão ou perseguição diabólica.

Os pastores quando estão a lidar com as pessoas não sabem muitas vezes qual é a causa que está por detrás de determinados sintomas e comportamentos, se é puramente emocional, psíquica, doença da personalidade e mesmo física, ou se é espiritual, causada por um demónio.

"Acerca disso, a própria Bíblia revela que os demónios até podem também infligir doenças físicas, vemos o caso de Job que o diabo infligiu-lhe a doença, e vemos o caso daquela mulher corcunda."

Lucas 13:11 "E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se".

A Bíblia fala aqui de um espírito de enfermidade que mantinha aquela mulher doente durante dezoito anos.

Poranto se os demónios podem causar doenças físicas, quanto mais doenças de natureza emocional e psicologica.


V. A cura para as doenças psíquicas ou espirituais

A. Confissão, perdão e cura da alma.

Romanos 10:9 "Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo".

1 João 1:9 "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça".

1. Vejamos um exemplo simples, para começar:

Uma senhora ouviu uma palestra de um doutor cristão formado em psicologia e psicoterapia cristão e pediu-lhe para ir visitar um amigo que estava doente e tinha deixado o trabalho. Ele foi. Este homem tinha trabalhado cerca de 30 anos no mesmo lugar sem problemas. Mas de um dia para o outro começou a sentir-se mal, dores no peito etc e caiu de cama.

Fez vários exames e testes e não foi encontrado qualquer anomalia.

Quando o doutor, o viu pela primeira vez ele pouco dizia. Passado alguns dias o doutor cristão, sentiu que o que aquele homem precisava era de Deus. Fechou os olhos e orou por ele.

Quando acabou a oração e pediu-lhe que ele lhe dissesse o que ia na sua mente, qual era o seu problema.

O homem abriu-se e contou uma história ligada com determinado pecado que ele fez. Ao acabar o doutor, falou-lhe do perdão de Deus. Da necessidade de ele confessar o seu pecado

O homem confessou o pecado, e pediu perdão a Deus. A seguir o doutor orou por ele. No outro dia, o homem acordou, sem dores, e foi trabalhar.

Confissão, perdão e cura da alma, estão ligados.

2. A Bíblia revela que Jesus tem poder para curar

Nós vemos na Bíblia que grande parte das curas de Cristo foram curas físicas. Ele, como filho de Deus, tinha o poder para curar o corpo das pessoas, a cegueira, paralisia, surdez e outras doenças.

"Mas há também curas de Cristo que eram de origem emocional, psíquica e espiritual.

Marcos 1:34 "E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demónios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era."

Repararam nas frases: "toda sorte de enfermidades" e "expeliu muitos demónios".

Em cima, já vimos que o Senhor Jesus curou aquela mulher, corcunda, que há dezoito anos era atormentada por um espírito de enfermidade, e vemos que ele expulsou muitos demónios e curou as pessoas endemoninhadas.

Mas ele também curou a mulher que foi apanhada em adultério - uma doença moral - e que por isso a queriam apedrejar:

João 8: 10 "Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.] "

E vemos ainda que o Senhor Jesus curou muitas outras pessoas dos seus pecados morais e de personalidade, como Zaqueu, Mateus etc

ELE até curou Tomé cujo pecado era a falta de fé - a dúvida - e Pedro, cujo pecado era a impulsividade e curou prostitutas como Maria Madalena e a mulher que lavou-lhe os pés e enxugou-os com os seus cabelos.

Nós não temos a mesma autoridade de Cristo, nem dos Apóstolos, para fazer milagres, prodígios e maravilhas como eles fizeram, mas podemos no entanto fazer um seguimento às pessoas que estão sofrendo de diversas doenças e moléstias, estudando a Bíblia com elas, fazendo o aconselhamento pastoral, levando-os a retiros espirituais e a fazerem estudos específicos ligados ao problema que estão a sofer.

No entanto, eu creio que ao mesmo tempo é importante orar para Deus intervir com unção, cura, libertação e restauro divino em algumas áreas aonde houver necessidade de uma intervenção divina mais directa.

O processo da cura da alma envolve um acompanhamento gradual perseverante, juntamente com a oração da fé constante pedindo por intervenções divinas na vida da pessoa em questão. 

Vou dar um exemplo:

Os aditos da droga e do álcool estão dependentes de uma substância e precisam de tempo para gradualmente libertarem-se da dependência dessas substâncias. Para isto, eles devem receber acompanhamento médico, juntamente com acompanhamento pastoral para haver resultados duradouros e profundos. Há portanto todo um lado físico e psicológico que precisa de restauração através do apoio médico e pastoral indicado e isto leva tempo.

Mas, paralelamento a este processo gradual de restauro físico e psicológico, a pessoa tem vontade, raciocínio, emoções, instintos, subconsciente etc, que precisam de receber "unção divina" e em alguns casos mesmo "cura divina". 

Desde o primeiro contacto com a pessoa, que nós devemos orar sempre pela "unção e cura divina" na vida da pessoa, pois a pessoa ao receber estas "provisões espirituais" de Deus será preparada para aceitar ir para um centro de reabilitação e também para reagir positivamente ao tratemento físico e psicológico durante este tempo de reabilitação.

Com a cura da alma é a mesma coisa. Há um processo de restauro gradual feito na alma da pessoa e isto leva tempo, que deve ser acompanhado com "unção e cura divina" a ser providenciada por Deus à pessoa durante este processo que irei chamar também de "reabilitação".

Claro que há casos em que Deus pode agir de tal maneira e curar mesmo a área física e psicológica da pessoa, e devemos orar por isto, mas esta não é a regra geral, é a excepção.

Portanto devemos orar sempre pela "unção e cura divina" das pessoas com Fé e na autoridade que nos foi confiada por Cristo.


V I. Erros que devemos evitar

É um erro não fazermos distinção entre as doenças físicas e as doenças da alma e espirituais. Se a doença tem a sua origem na alma, terá que se tratada através de uma terapia psicológica e espiritual.

Mas se a doença for de origem física, apesar da terapia psicológica e espiritual poder ajudar, terá que haver a intervenção daqueles que foram treinados: os médicos, cirurgiões, psiquiatras etc.

Se ignorarmos este erro mostramos que somos ignorantes e a nossa ignorância poderá ter consequências graves para as pessoas com quem estamos a lidar.

Podemos pôr em risco a vida de uma pessoa se não permitimos que seja tratada do pelos médicos, quando a sua doença é física.

A. Acusam as pessoas de falta de Fé.

Há muitas Igrejas e pastores que acusam as pessoas que não foram curadas, de terem tido falta de fé,.

A forças mentais que ainda não totalmente conhecidas. Há pessoas que são curadas de uma doença, sem terem fé nenhuma para serem curadas. São precisamente curadas pela acção de técnicas mentais que poderão ter efeito no seu corpo (coisas ainda não conhecidas pela ciência).

Há curas feitas através de métodos espiritualistas e espiritistas ou através do poder da sugestão, que não têm qualquer origem em Deus.

O problema está em saber se estas curas são de longa duração ou não. Eu me lembro de alguém que parecia curada ao receber em casa um pastor curandeiro que era acompanhada de uma mulher que era medíum.

Eu adverti a senhora em casa dela e numa reunião feita na casa de um crente, pois eu sabia que ela não tinha sido curada por Deus. A pessoa não quis ouvir, mas ficou aparentemente curada: deixou de coxear e de ter a cara caída, pois a perna estava presa e a cara caída por causa de uma trombose que teve, e não precisou mais de fazer o tratamento que estava a fazer.

Mais tarde, ela apercebeu-se que foi enganada e roubada em muito dinheiro, e soube do caso de outras pessoas que também foram enganadas na sua vila. Ela decidiu então voltar à Igreja, chamou-me a casa, oramos juntos, ela confessou o seu pecado, passado uns dias voltou a estar doente e ainda está doente até hoje, coxeia a perna, tem a cara caída e precisa de fazer o tratamento, senão morre.

É um senhora de fé, a prova é que teve coragem para reconhecer o seu pecado, mas Deus não a curou.  Claro que não podemos negar que há curas divinas, nuitas pessoas testemunham disso, e esta senhora poderia testemunhar do mesmo, mas Deus tem outros planos para ela.


B. Acusam as pessoas de falta de fidelidade com a Igreja

Dizem que as pessoas são infiéis e não querem nenhuma compromisso financeiro com a Igreja e os pastores. Se eles derem, e quanto mais derem, Deus lhes dará em troca, saúde e riquezas.

Normalmente quem utiliza estas tácticas e técnicas são os chamados “movimentos de Fé” ou "movimentos do Evangelho da Prosperidade", que tem o alvo de enriquecerem à custa da ignorância dos crentes.

C. Igrejas que associam doenças físicas e psiquicas ao pecado

Há Igrejas extremistas e excêntricas que associam todas as doenças, perdas e calamidades na vida de uma pessoa a um pecado que estamos a cometer. Ou seja se uma pessoa fica doente, ou perde alguma coisa ou pessoa, ou passa por um problema trágico é porque anda a pecar.

Pode ser verdade em alguns casos, mas não é sempre verdade em todos os casos.

No caso de Job, os amigos o acusaram que ele estava a sofrer e a perder por culpa do seu pecado. E estavam enganados e foram repreeendidos por Deus, pois Job era um homem recto.

Além disso estas Igrejas dizem que se uma pessoas tiver Fé em Cristo, nunca fica doente, nem pobre, pois Cristo veio libertar-nos de todas as maldições.

É verdade que Cristo veio pagar e libertar-nos de todos os pecados, enfermidades e maldições, mas é so na ressureição final que receberemos um corpo e uma vida gloriosa.

Em Romanos 8:18-39 vemos que nesta terra, gememos, sofremos, somos perseguidos, condenados, passamos fome, nudez, somos entregues à morte todos os dias por a mor de Jesus, mas em tudo seremos vencedores, pois nada nos afastará do amor de Cristo e um contemplaremos a redenção completa do nosso ser incluindo a alma e o corpo e não seremos mais servos da corrupção.


V I I. A conclusão

Vemos então que a cura passa pelo Senhor Jesus, que tem poder para curar todas as doenças, incluindo as de natureza física, psíquica, emocional, moral, personalidade e de natureza espiritual.

As cura das doenças de natureza psíquica, personalidade, moral e espiritual, passam pelo reconhecimento do pecado, qualquer que seja, seguido da confissão do pecado e do perdão oferecido por Deus.

Se houver reconhecimento, confissão, haverá perdão. Quando há perdão, há libertação do pecado, ou dos seus efeitos e há purificação da culpa.

Se, num caso especial, houver uma doença física, mas causada por um pecado ou demónio, a cura também passa pela confisão, arrependimento, fé seguida do perdão de Deus.

 Às vezes, neste caso, a pessoa é perdoada, restaurada, mas do ponto vista físico podem ficar sequelas causadas pelo pecado, que podem nunca ser curadas.

Havendo, reconhecimento, confissão, perdão, libertação, purificação da culpa, há sempre restauração e cura da alma.

Leia ano meu blog sobre a cura divina

FIM

sábado, 4 de agosto de 2007

7 - A Raiva

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Medo

5. O Sofrimento

6. A Solidão

7. A Raiva

8. A Depressão

9. O Contentamento

10. As Mágoas

Como posso eu lidar com a raiva sem me descontrolar?

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com coisas como as Preocupações, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero.

Por isso devemos aprender a lidar com estes problemas.

Como posso lidar com a raiva


I. Introdução

Eram 5 horas da manhã. Ângela acordou mais uma vez, pelo choro do seu bebé. Era a 10º vez naquela noite de Inverno. Ela sentia-se tão cansada, aquilo já vinha de alguns meses atrás.

Todas as noites. Ela já não podia mais. Estava irritadíssima!!!

O marido não estava em casa pois era o seu turno de noite. Ela se encontrava mais uma vez sozinha.

Ao ouvir de novo o choro da criança Ângela gritava para ela própria, perguntando:

“Porquê que isto me está a acontecer?”

“Que mal fiz eu para merecer isto?”.

Afinal eu não ando a pedir muito:

“somente uma boa noite de sono, mais nada”.

Mas o choro do bebé não parava, aumentava, a irritação de Ângela aumentava também, tornando-se pouco a pouco em raiva. Raiva contra o seu pequeno menino.

Ela dizia dentro de si própria:

“tu não tens o direito de destruir assim a minha vida” “porque não te calas”

e deu por ela a gritar enraivecida:

“Cala-te, por favor, cala-te”.

Correndo para o berço pegou no bebé e balançando-o de um lado para o outro enfurecida gritava:

”Porque me roubas o sono, noite após noite … cala-te … cala-te … por favor”.

Mas de repente, caindo em si própria, ela ficou assustada com as suas emoções.

Ela viu como é que a sua raiva descontrolada podia mesmo atacar o corpo indefeso do seu pequeno bebé de 6 meses.

Ela ficou aterrorizada consigo próprio, com a capacidade que ela sentia que havia dentro dela para destruir.

Então ela abraçou meigamente o seu filho e chorou, chorou … sem parar …

Nós podíamos contar muitos exemplos, em que uma pessoa pode perder o controle, encher-se de raiva e tornar-se destrutivo. Quando a nossa raiva aquece, torna-se perigosa, por isso, sabendo isso, temos que aprender a lidar com esta emoção que ataca a todos, até à pessoa mais santa deste mundo.

Como podemos aprender a lidar com a minha raiva, é o nosso tema?

Nós vamos fazer uma ligação da raiva com a violência, embora a violência não tenha só a raiva como causa. Há outros distúrbios emocionais e problemas que ocasionam a violência.

No final diremos alguma coisa sobre estes outros distúrbios e problemas. Mas vamos agora atacar a raiva antes que ela nos ataque a nós.

Para aprendermos a lidar com a raiva, temos que saber primeiro:

II. O que é a raiva?

Efésios 4:25-26 “Não pequem deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

A. Não devemos deixar a ira dominar-nos

“Não pequem deixando que a ira vos domine”.

É o que temos vindo a ver com as preocupações, o stress, que são necessárias, mas não podemos permitir se tornem de tal forma excessivas, que ficamos dominados.

Com o sofrimento, a dor, o medo, a solidão, é a mesma coisa, todos nós conhecemos estas emoções, mas não podemos deixar-nos dominar por elas, a ponto de carirmos no desespero e na depressão.

Voltamos àquele ponto que já vimos noutro capítulo desta tema como lidar com os problemas da vida:

“não é o que me acontece que conta, mas é a forma como eu lido com o que me acontece”.

Não é a situação que me irrita que conta. Mas é a forma como eu lido com a situação que me irrita que conta. Não é a pessoa que me irrita que conta, mas é a forma como eu lido com ela que conta.

Se não souber lidar com isso e deixo dominar, vai acabar por me fazer cair na raiva.

Vemos que neste texto a raiva nasce da nossa ira, ou irritação.

B. A ira não é uma emoção anormal

“Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim”

A irritação não é anormal, é uma das mais básicas emoções humanas. Toda a gente fica zangada. É normal ficarmos zangados contra uma situação ou contra pessoa que nos faz mal, ou só talvez porque não nos deixa fazer alguma coisa que queremos fazer, ou que nos diz coisa que não gostamos.

Uma irritação pode ser muito santa. Nós nos irritamos por causa da maldade. Deus também irrita-se com a maldade dos homens e chega ao ponto de castigá-los, quando a maldade humana atinge uma certa dimensão.

"A ira só se torna anormal se a deixamos prolongar e acumular, porque perdemos o auto-domínio e é nessa altura que a ira se torna em raiva e ficamos descontrolados".

A ira só desaparece quando encontramos a solução correta para ela. Se a nossa ira não for rapidamente dominada, quanto mais tempo se passar sobre aquele estado de indignação e até mesmo ódio, mais aquele sentimento se apega a nós e acaba se tornando em raiva. 

Não deixe a ira "aquecer" dentro de si. Pode tornar-se em raiva.


C. A ira pode ser utilizada pelo diabo


“Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

III. A raiva pode ficar silenciosa, mas latente

A. É difícil definir a raiva e identificá-la.

Porquê?

"Porque sabemos que a raiva é uma emoção hostil contra alguma coisa ou contra alguém, mas a raiva pode apresentar-se de diversas maneiras. Não se apresenta sempre num estado de violência".

A raiva pode manifestar-se com violência aberta, gritos ou agressões, mas às vezes pode manifestar-se através de um silêncio de morte, através de uma indiferença gelada. A raiva, às vezes, pode ser comparada a uma fornalha interior, dentro de nós, mas que não sai para fora em forma de agressão. Mas não deixa de ser raiva, e, um dia, sem contarmos, pode ser mortífera, pode matar e destruir com mais força do que aquela raiva que normalmente sai para fora.

B. A raiva nasce da ira que acumulamos dentro do coração

"Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

Por exemplo, na escola, um aluno pode sentar-se e calar-se diante de uma atitude injusta do professor e não fazer nada. Mas a raiva que fica dentro de si, pode um dia surgir de uma maneira desmedida. Da mesma forma, um filho que se cala diante do pai, uma mulher que não confronta uma atitude injusta ou agressiva do marido. "A raiva deles é como uma fornalha ardente dentro de si, que vai ardendo, ardendo, até que um dia pode queimar a sério, pode destruir e mesmo matar".

É a esta emoção que chamamos raiva – uma ira descontrolada.

"Deus sabe que se não abandonamos a ira, ela pode explodir um dia e ser utilizada pelo Diabo".

IV. Relação da raiva com o físico e o psíquico

Vamos explicar a relação que tem o nosso físico e o psiquico com a raiva.

Será que a raiva pode fazer o nosso físico reagir, o nosso psíquico mudar?

Em Gênesis 4:3-5 diz de Caim que “o seu aspecto alterou-se, por causa da zanga que tinha”


A. Em primeiro lugar - alterações fisiológicas.

Quando a pessoa fica num estado de ira, a adrenalina é derramada no sangue, dando início a muitas reacções fisiológicas no nosso organismo.

A pressão sanguínea aumenta logo de acordo com as batidas do coração que também aumentam. Os olhos ficam dilatados. Porquê, porque a ira é uma reacção de defesa. Surge, quando somos atacados, então os olhos ficam arregalados para podermos ver mais à volta de nós. As mãos começam a ficar húmidas e a boca seca. Os músculos recebem um fluxo de energia muito forte e se contraem.

O rosto fica pode ficar descaído e mesmo desfigurado (Como aconteceu com Caim - Génesis)

B. Em segundo lugar – alterações psicológicas

A seguir às alterações físicas, numa questão de segundos o individuo passa de um estado tranquilo, calmo, para um estado de “reacção de alarme”.

Ele fica em estado de defesa.

É importante reparar que esta reacção é involuntária, quer o individuo queira ou não, como houve mudanças fisiológicas, estas vão ser seguidas por mudanças psicológicas. E a partir daí a pessoas vai deixar de pensar de uma forma normal:

"E aqui é que começa o perigo da raiva? Quando a raiva toma conta do meu físico, acaba por tomar conta de mim - do meu psíquico".

O perigo é deixar a ira arder … arder … até se tornar em raiva destrutiva. Agora que já sabemos melhor o que é e como pode manifestar-se, vamos ver como lidar com ela.

C. A Raiva e o Coração 

Raiva de fato mata ou, pelo menos, aumenta significativamente os riscos de ter algum problema sério de saúde, onde se inclui desde uma simples crise alérgica, uma grave úlcera digestiva, até um fulminante ataque cardíaco.

Janice Williams acompanhou por seis anos 13.000 homens e mulheres com idade entre 45 e 64 anos e, tomando o comportamento como base, descobriu que as pessoas que se irritam intensamente, e com freqüência, têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto cardíaco do que aquelas que encaram as adversidades com mais serenidade.

Isso ocorre porque, a cada episódio de Raiva, o organismo libera uma carga extra de adrenalina no sangue. O aumento da concentração de adrenalina aumenta o número de batimentos cardíacos e, simultaneamente, torna mais estreitos os vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial.

A repetição desses episódios pode alterar o ritmo cardíaco (arritmia), aumentar a pressão arterial e dilatar subitamente das placas de gordura que, porventura, estejam nas artérias.

A medicina tem enfatizado exaustivamente as condições de vida e tipos de personalidade que favorecem a doença cardíaca; quem fuma, como se sabe, tem até cinco vezes mais possibilidades de sofrer um ataque cardíaco, pessoas de vida sedentária apresentam risco 50% maior de ter problemas de coração, obesidade.

Agora, depois de muitos estudos sabe-se que a influência da Raiva no desenvolvimento de doenças cardíacas é comparável a essas causas anteriormente conhecidas. Isso quer dizer que, se a pessoa não tiver nenhuma dessas condições relacionadas ao desenvolvimento de doenças cardíacas mas for raivosa, estará igualmente sujeito à elas.

V. A ira em si mesmo não é pecado

Efésios 4:25-26 “Não pequem deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

Temos que fazer diferença entre um sentimento forte contra alguma coisa ou alguém e uma hostilidade furiosa, descontrolada e irracional.

Por exemplo, nas situações de injustiça no mundo, a rebeldia dos filhos, o abuso das crianças e dos pobres, a corrupção e a negligência dos homens, criam em nós sentimentos de antagonismo muito fortes.

Ficamos irados e com vontade de ver os culpados julgados e condenados por estas coisas. Este sentimento não é pecado e é necessário para travar o pecado e a injustiça no mundo.

"Se não houver homens com estes sentimentos o mundo já tinha acabado".

Vemos estes sentimentos nos Profetas e em Cristo.

Vemos também a ira que defende a justiça e pune os infractores, personalizada nas instituições de autoridade e justiça e nas instituições que defendem os direitos humanos. Ler Romanos 13 sobre as autoridades.



VI. Não há temperamentos pecaminosos

A. As pessoas são diferentes por causa dos seus temperamentos

Se de um lado, a ira pode produzir em qualquer pessoa aquelas alterações bioquímicas seguida de alterações psiquicas, donde surgem agressões instantânea verbais ou físicas, ou produzir reacções de silêncio, que podem acabar numa agressão mais forte e descontrolada, de outro lado as pessoas são diferentes e reagem e lidam de uma maneira diferente com a ira.

Cada indivíduo tem um padrão de reacção diferente do outro. Há pessoas que reagem logo muito forte à mais leve provocação, ao passo que outras conseguem superar mais facilmente as provocações sem se zangarem tão depressa. Estas diferenças são em parte hereditárias e genéticas e são em parte fruto da educação e do meio ambiente em que as pessoas vivem. No entanto, todas as pessoas, mesmo as mais calmas podem ter um ataque de raiva destrutivo.

B. O que pode levar a ira tornar-se em raiva.

A fadiga em extremo, frustração e stress em extremo, constrangimento e desespero em extremo pode levar uma pessoa irada a ficar raivosa e completamente fora de si.

VII. Como podemos lidar com a raiva

Efésios 4:25-26 “Não pequem deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

A. O mandamento é para não pecarmos.

"Não pequem deixando que a ira vos domine"

Não é forçosamente para não nos irar, mas para evitar que a ira que se torne em raiva pecaminosa, descontrolada e destrutiva.

Uma ira completamente justificada, por exemplo vinda de um professor, de um pai ou de um polícia a quem lhes faltaram o respeito, pode tornar-se em raiva destrutiva se o professor, ou o pai ou o polícia deixarem-se dominar por essa ira.

B. O mandamento é para não alimentarmos a ira.

"Antes que o dia acabe façam que a vossa irritação tenha fim"

Devemos lidar com a ira o mais depressa possível em vez  de deixá-la arder dentro de nós … arder até dominar completamente o nosso físico e a seguir as nossas emoções de tal maneira que nos tornamos como animais irracionais, enraivecidos e destrutivos.

C. O mandamento é para não darmos lugar ao diabo

"Em nenhum caso dêem ocasião a que o diabo encontre meio de vos fazer cair.”

Temos que distinguir entre a ira santa e a pecaminosa. O diabo odeia a ira santa e amorosa e alimenta ira que pode tornar-se em raiva destrutiva.

A primeira ira, a santa, o diabo não quer, a segunda ira, a pecaminosa, o diabo alimenta, pois ele é o ladrão que veio para "matar e destruir".


FIM

6 - A Solidão

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Sofrimento

5. O Medo

6. A Solidão

7. A Raiva

8. O Contentamento

9. A Depressão

10. O sentimento de Perda

11. A Culpa

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com coisas como as Preocupações, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero.

Mas é um facto que todos nós temos que aprender lidar com estes problemas.

Salmos 20:1-9 "O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. 2 Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. 3 Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. 4 Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. 5 Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos. 6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra. 7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos".


Como posso lidar com a solidão

I. Aprender a lidar com as coisas boas e más da vida
A. Não é o que acontece que conta, mas como eu lido com o que acontece.
B. A solidão é um distúrbio emocional, mas a primeira causa é espiritual.

I I. A causa básica da solidão - separação de Deus
A. O pecado original separou o homem de Deus

I I I. A sociedade, família e a Igreja ajudam a lidar com a solidão 
A. Deus nos criou para vivermos em familia e na sociedade
B. A Igreja ajuda a termos comunhão espiritual uns com os outros

I V. Algumas ideias sobre a solidão
A. O que é a solidão
B. A solidão pode afectar qualquer pessoa
C. O que é que provoca a solidão


I. A. Aprender a lidar com as coisas boas e más da vida

Se entrarmos numa livraria ou biblioteca … encontramos vários títulos … como saber cozinhar, como ser um bom mecânico, como fazer um bom discurso, como aprender a trabalhar com o seu computador … mas não encontramos muitos livros que falem em "como aprender a lidar com a vida". E esta é a aprendizagem mais importante!

O que significa "aprender a viver"?

Aprender a viver é aprender a lidar com as coisas boas da vida como o sucesso, a riqueza, um bom emprego, ter bons filhos, a alegria, a paz, o amor, mas também com as coisas más da vida como ter filhos desviados, o desemprego, o divórcio, o luto, o medo, o stress, as preocupações, o insucesso, a dor, o sofrimento, a rejeição, a perda, a morte e também com a solidão ….

Um homem de negócios pode conseguir ganhar milhares de euros, num negócio… sem nunca ter aprendido a lidar com a culpa, a raiva, o medo, a dor e até saber lidar com o próprio dinheiro que ganha.

A. Não é o que acontece que conta, mas como eu lido com o que acontece.

O primeiro ponto que devemos compreender nesta temática de aprender a lidar com os problemas da vida: "não é o que me acontece que conta", mas sim "o modo como eu lido com o que me acontece".

Portanto não é a solidão que é o mais importante. A maneira como eu lido com a solidão é muito mais importante.

Neste mundo há milhões de pessoas que quando olhamos para elas, parece que estão acompanhadas, que têm muitos amigos, familiares, mas, no fundo, muitas delas se sentem muito sós.


B. A solidão é um distúrbio emocional, mas a primeira causa é espiritual

Eu não sou contra os psiquiatras. Nós precisamos deles. Eles têm a sua esfera de trabalho que é a mente e as emoções das pessoas. Assim como os médicos têm como esfera de trabalho o lado físico das pessoas.

Mas, às vezes, infelizmente, os psiquiatras falham ao ignorar que há desordens espirituais, além das desordens mentais e emocionais. Portanto, as causas para os distúrbios de carácter psicológico e mental, não são só as desordens de natureza mental e emocional, mas há também causas espirituais por detrás destes distúrbios.

É verdade que no caso da solidão eles têm razão ao dizer que é uma desordem emocional.

Ou seja, a solidão é um estado emocional. A pessoa sente-se só, a sofrer, pensando que está só, podendo até estar bem acompanhada.

Mas a solidão existe em primeiro lugar, por causa de uma desordem espiritual.

"A questão espiritual é a primeira causa da solidão".


I I. A causa básica da solidão - a separação de Deus

A. O pecado original separou o homem de Deus

A solidão é sentida naquela área da pessoa que a Bíblia chama alma/espírito. A ciência chama psíquico, mente, emoções. Segundo a Bíblia o homem tem corpo, alma e espírito.

Quando Adão e Eva pecaram Génesis 2:17 "mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás".

O quê que morreu no homem, logo a seguir ao pecado, muito antes do corpo morrer?

Foi a alma e o espírito. Ou seja, aquele lado da alma, que a bíblia chama espírito, que lhe confere raciocínio, inteligência, vontade e consciência de Deus, morreu, mesmo antes do homem morrer fisicamente.

O homem morreu espiritualmente falando. O corpo continuou vivo, mas aquela parte espiritual da alma – morreu. Não enfraqueceu ou apagou-se. Morreu!

Ao morrer o espírito, a alma do homem ficou desgovernada, desequilibrada e o homem passou a sentir-se só em relação a Deus. Aliás, o homem começou a fugir, a esconder-se de Deus.

Basta ler Génesis 3, e ver que com a entrada do pecado original, o comportamento e o relacionamento de Adão e Eva mudou, em relação a Deus. Eles passaram a sofrer de solidão. "Uma solidão espiritual".

A parte deles – o espírito – que mantinha a comunhão com Deus, morreu. Deus deixou de ter comunhão com eles. E deixou de ter comunhão com todos os homens, descendentes de Adão e Eva, porque nós herdamos o pecado original.

A solidão é um estado da alma. Neste aspecto os psiquiatras têm razão. A alma sente-se só, abandonada, rejeitada por Deus. A solidão é em primeiro lugar em relação a Deus. Eu sinto-me só, a minha alma sente-se só, abandonada, porque Deus não está comigo.

Testemunho de uma jovem que sofreu da solidão:

Este jovem testemunha da sua solidão, dizendo que começou a perceber que só Deus lhe podia tirar daquela solidão cósmica. Só Deus podia tirar a sua alma daquele estado. Mas, para isto, este jovem disse, que teve que reconhecer que era por causa do seu pecado original que ela vivia longe de Deus. Para sair daquela solidão cósmica, ou espiritual era preciso que Deus viesse morar na sua vida. Ele até tinha muitos amigos, pois tinha levado uma vida relativamente boa até aquela altura, nunca foi realmente mau com ninguém. Mas, isto não o fazia sentir-se menos só! Foi então que ele testemunha que clamou por Cristo, reconhecendo que era tão pecador como o jovem mais mau da escola, e que se sentia tão só como o jovem mais solitário da escola. Ao mesmo tempo, ele disse que reconheceu que Jesus Cristo veio ao mundo para morrer na cruz, pelos seus pecados.

"A solidão cósmica acabou para este jovem ao aceitar Jesus Cristo como seu Salvador pessoal".


B. A solidão é um distúrbio emocional, um estado de alma

O nosso ser é constituído por corpo, alma e espírito. A alma é a sede dos pensamentos, das emoções e da vontade. O espírito é aquela parte da nossa alma que nos liga a Deus, que morreu devido ao pecado original. Não desapareceu, morreu!

O corpo ao morrer não desaparece. O mesmo se passa com o espírito, ao morrer, não desaparece. O homem nasce com o espírito, mas morto. Mas o espírito renasce ao aceitar a Cristo. Como aconteceu com a jovem do nosso testemunho.

É devido ao espírito que o homem possui conceitos tais como justiça, paz, amor e alegria. É a parte da alma onde Deus reina. É esta faculdade espiritual da alma que morreu por causa do pecado original. Por isso, o pecado invadiu completamente o homem. Alguém disse: "siga os seus instintos físicos, ou os seus pensamentos e irá direitinho para o inferno".

A alma sem o controle espiritual, vagueia perdida por esta vida, sem rumo e caída no pecado. Por isso a solidão nasce dentro da nossa alma. A depressão também. E o stress. E as preocupações. E a raiva. E o adultério.

Tudo nasce dentro de uma alma decaída. É por isso que a Bíblia diz:

Marcos 7:21 "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios"

Eu não me posso deixar-me guiar pela minha alma.

Se eu for crente, devo deixar-me guiar pelas minhas faculdades espirituais que renasceram quando aceitei a Cristo, e devem governar a minha alma.

O meu espírito deve falar à minha alma. Se ela está tombada na depressão, deve dizer-lhe "Porque estás abatida ó minha alma, espera em Deus". Salmos 42:5

E com o poder que o meu espírito recebe de Deus, que eu consigo tirar a minha alma da depressão.

E com a solidão é a mesma coisa. Se a minha alma deixou instalar este sentimento dentro de si, o meu espírito deve reagir. Mas isto só é possível se a minha vida estiver cheia do espírito de Deus.

Uma pessoa que recebe Cristo, que vive em comunhão com Deus, através do espírito santo que entrou na sua alma, nunca se sentirá só, mesmo que abandonado por todos, ou se perdeu os melhores amigos e familiares por causa das circunstâncias.

Esta pessoa, terá sempre alguém para contactar, inclinar o ombro, chorar, pedir ajuda, louvar. Alguém muito importante, é Deus!

Salmos 27:10 "Ainda que o meu pai e a minha mãe me abandonem, o SENHOR cuidará de mim".


I I I. Familia, Igreja e sociedade ajudam a vencer a solidão

A. Deus nos criou-nos para viver em família e na sociedade

Deus sabe que nos criou com uma alma e corpo e que precisamos de companheiros, de contactos humanos para não cairmos na solidão.

Gênesis 2:18 "Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea".

Deus sabia que o homem e a mulher, precisavam um do outro, de compartilharem as suas vidas em conjunto, de falarem, de rirem de discutirem e às vezes de chorarem juntos. Na Igreja, os homens e as mulheres também têm possibilidade de terem comunhão. Não ficarem sós. Podem falar, rir, passear , trabalhar e evangelizar juntos. Podem levar as cargas uns dos outros, orar uns pelos outros e louvarem a Deus juntos.

B. A Igreja ajuda para termos comunhão espiritual uns com os outros

A Bíblia fala da comunhão entre o PAI e o FILHO. Uma comunhão perfeita. E o Senhor Jesus pediu ao Pai para que a comunhão entre os crentes fosse igual – perfeita.

João 17:20-21 "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste".

Os crentes devem ser um. Ou seja, devem viver unidos, não em corpo, mas em espírito. Assim como o Pai e o Filho vivem unidos no mesmo espírito, nós também devemos viver assim. Viver em comunhão, compartilhar as nossas vidas uns com os outros, o bem e o mal.

"Este tipo de Unidade acaba ou diminui no homem a solidão".

Portanto, o homem para não sentir-se só do ponto vista físico, social e psíquico precisa de contactos, de boas amizades, de pessoas que o estimem, amem e estejam com eles nos maus e nos bons momentos.

Além do conjugue e dos amigos Deus criou a Igreja que pode providenciar aos crentes o melhor companheirismo. Pessoas, com os mesmo valores e alvos. Pessoas com quem podemos rir e chorar também. Pessoas com quem podemos louvar, cantar e orar juntos.

Todos estes contactos ajudam-nos a não cair na solidão. Deus, a família, os amigos e a Igreja. Se a nossa comunhão for rica nestas áreas nunca saberemos, não conheceremos a solidão, mesmo que vivamos sós (em casa) por causa das circunstâncias.


I V. Algumas ideias sobre a solidão

A. O que é a solidão?

A solidão é uma perspectiva obscura da vida. A solidão torna o nosso interior tão ou mais cinzento que um dia de Inverno. A solidão vai comendo as pessoas por dentro, pouco a pouco. Atormenta e pode levar a pessoa a toda o tipo de pensamentos e acções negativas. Até pode levar a pessoa ao suicídio.

"A pessoa, com a solidão, torna-se tão solitário que só lhe apetece morrer. A solidão é um vazio dentro da pessoa. Ela sente um vácuo que não consegue preencher nem com Deus, nem com ninguém à sua volta. A pessoa sente-se como que totalmente abandonada por tudo e por todos".

A solidão, em alguns casos, pode ser provocada por um demónio, ou acentuada por um demónio que faz com que a pessoa tire a sua própria vida.

B. A solidão pode afectar qualquer pessoa.

A solidão não respeita pessoas. Qualquer pessoa pode ser apanhada por ela. E, às vezes, a pessoa pode até estar rodeada por outros, colegas, amigos, mas por qualquer razão deixou a solidão entrar dentro da sua alma, e sente-se sozinho mesmo com as pessoas à sua volta. A pessoa até pode estar numa Igreja com 2000 pessoas, mas sente-se sozinho quando é apanhado pela solidão. Especialmente se a Igreja não percebe que a pessoa está passando por esse problema e ninguém lhe diz "eu te amo" ou "amanhã vou visitar-te", ou então "olhe aparece em minha casa", ou pergunta "precisas de mim?",.

O homem deixado só, só tem tendência para a desolação. Não procura mais a grandeza, ou a beleza ou ser amoroso. Deixem um velhote sozinho e não precisa muito tempo, para ele deixar de se pentear, fazer a barba e mesmo lavar.

"A solidão afecta toda a nossa aparência pessoal. Perdemos o gosto a estima por nós próprios. Por isso o nosso espírito tem que lutar contra ela".

C. O que é que provoca a solidão.

O medo é uma das coisas. A pessoa tem medo de falar com a família, com os amigos, com o médico, e cai na solidão. A rejeição pode criar a solidão. É uma coisa terrível, quando alguém pensa que ninguém gosta de si, ninguém se preocupa consigo.

Quando encontrar uma pessoa assim, "dê-lhe um abraço o mais apertado possível, para mostrar que alguém se importa com ela".

O falhanço também pode criar a solidão. Mas afinal todos falham. Se falhou o alvo, não acertou, da próxima acertará. O pecado cria a solidão. Adão e Eva quando pecaram, fugiram de Deus e esconderam-se atrás de um arbusto.

"Se pecou, não fuja, procure Deus e peça-lhe perdão e restauração".

FIM

5 - O Sofrimento

A vida é composta por alegrias e bênçãos, mas também por problemas. Problemas, como por exemplo os mencionados em baixo:

1. O Suicidio

2. As Preocupações

3. O Stress

4. O Medo

5. O Sofrimento

6. A Solidão

7. A Raiva

8. A Depressão

9. O Contentamento

10. As Mágoas


Como posso eu lidar com estes problemas e não ser derrotado por eles?

Nós todos gostaríamos de ter uma vida fácil, sem problemas, sem preocupações, sem ter que lidar com coisas como as Preocupações, o Stress, o Sofrimento, o Medo, a Solidão, a Raiva, a Violência, a Depressão, o sentimento de Perda, a Culpa e outras circunstâncias que nos podem levar ao desânimo, à angústia e ao desespero.

Mas é um facto que todos nós temos que aprender a lidar com estes problemas.

Salmos 20:1 "O SENHOR te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. 2 Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. 3 Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. 4 Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. 5 Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o SENHOR a todos os teus votos. 6 Agora, sei que o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra. 7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó SENHOR, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos".


5.  O sofrimento

Há muitos textos bíblicos ligados com o sofrimento, que poderiam servir de base aos pensamentos e princípios que estabeleço nesta exposição.

Mas o texto mais completo é o Livro de Job, que merece ser lido e estudado com a ajuda de comentários bíblicos, pois dá muita matéria sobre o tema do sofrimento que eu não posso integrar na minha exposição, pois é uma exposição muito simples e básica.

Tirando talvez o livro de Job, é difícil preparar uma mensagem expositiva, na base de um único texto Bíblico, que toque de uma maneira geral em todos os seus aspectos, pois o sofrimento é um tema muito complexo e vasto, para ser apresentado desta forma.

Tomando isto em consideração eu irei mencionar aspectos e princípios gerais sobre as causas do sofrimento e a atitude positiva que devemos ter diante o sofrimento, utilizando a Bíblia na medida do possível.

Esta exposição tem os seguintes capítulos:

I. Porquê que Deus permite o sofrimento

I I. A pessoa sofredora relaciona sempre o sofrimento com Deus

I I I. Não há respostas que satisfaçam por completo as perguntas

I V. As verdadeiras causas do sofrimento

V. O sofrimento é uma Escola da vida


Vejamos então cada um destes capítulos:


I. Porquê que Deus permite o sofrimento

A. A primeira pergunta que toda gente faz.

A primeira pergunta que todos fazem, religiosos, filósofos, políticos, cientistas, médicos e as pessoas em geral é a seguinte:

"Porquê que Deus permite o sofrimento"?

Esta pergunta tem uma certa lógica, pois se cremos que Deus é um ser Superior e que tem Todo o poder, a Bíblia chama a Deus “Todo-poderoso”, Ele poderia ter criado um mundo sem sofrimento.

B. Então, porque criou Deus um mundo aonde existe o sofrimento?

Quando Jó passou por aquele terrível sofrimento, ainda por cima permitido por Deus, como vemos revelado na Bíblia, ele colocou muitas questões a Deus, como a que vem a seguir:

Jó 10:2 "Direi a Deus: Não me condenes; faz-me saber por que contendes comigo. 3 Tens prazer em oprimir, em desprezar a obra das tuas mãos e favorecer o desígnio dos ímpios? 8 As tuas mãos me fizeram e me deram forma; e te voltas agora para me consumir? "

Neste estudo eu irei procurar gradualmente mostrar as razões reveladas na Bíblia, porque Deus permite o sofrimento. Claro que não irei procurar dar todas as respostas, porque com a nossa mente nunca chegamos a entender completamente:

"Porquê que Deus permite o sofrimento"?

Nota importante: Se quiser abordar esta questão de um ponto vista, não só bíblico mas filosófico também, clique no assunto - Religião e Filosofia e depois à direita debaixo de Assuntos clique na secção 7 sobre a Ideia do Bem e do Mal.   


I I. A Pessoa sofredora relaciona sempre o sofrimento com Deus

A. Quando o sofrimento bate a porta,

A pessoa relaciona logo o seu sofrimento com Deus

Porquê que Deus permitiu isto?

Deus podia ter impedido que isto ou aquilo acontecesse.

Eu espero que Deus me ajude nesta tribulação!

Porquê que Deus permite que isto aconteça a mim e não aos outros?

B. Quando o sofrimento bate a porta, 

A pessoa toma loga uma atitude positiva ou negativa em relação a Deus

Certas pessoas passam a odiar a Deus.

Outras aproximam-se de Deus na hora do sofrimento.

Outras afastam-se de Deus na hora do sofrimento.

Outras deixam de acreditar em Deus a partir daí.

Outras passam a acreditar em Deus, por causa do sofrimento.


I I I. Não há respostas que satisfaçam por completo as perguntas

A. Não há respostas que satisfaçam completamente as perguntas, 

E as interrogações e as objecções causadas pelo sofrimento.

Nunca iremos compreender completamente todos os "porquês" de Deus sobre o sofrimento.

Deus não pretende dar todas as respostas na Bíblia, mas sim a ajudar-nos a lidar com o sofrimento.

B. Nós queremos respostas completas, Deus respondeu entregando o seu Filho por nós.

S. João 3:16 "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que Deus o Seu filho unigénito para que Todo aquele que Nele crê, não se perca mas tenha a vida eterna".

II Coríntios 5:21 "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus".

Deus, ao enviar Jesus, não tem a intenção de querer dar uma explicação sobre o sofrimento. Nem estabelecer a filosofia que Jesus veio sofrer para ensinar-nos a sofrer, que muitos seguem, carregando-se de sofrimento ou fazendo penitências atrás de penitências.

Há alguns que chegam mesmo a pensar que se sofrerem muito vão para o céu, ou pensam que os seus sofrimentos servem para saldar os seus pecados, por isso muitos dizem “que o meu sofrimento seja para a paga dos meus pecados”.

De maneira nenhuma, não foi por isto que Deus enviou a Jesus. Jesus sofreu acima de tudo para salvar-nos da perdição eterna e dar-nos a oportunidade de irmos para o céu. Foi por isto que Jesus sofreu por nós ao pagar todos os nossos pecados na cruz.

Mas o sofrimento de Jesus revela que Deus nos ama, que nos quer salvar, e revela também que o seu próprio Filho também sofreu muito embora fosse completamente puro e inocente.

A melhor resposta de Deus a todas as nossas interrogações sobre o sofrimento, é dizer-nos:

"olhem para o meu Filho, Ele também sofreu muito, por vós, para vos salvar. Ele era completamente inocente e não merecia tão atroz sofrimento, mas suportou-o com paciência, sem resmungar e abrir a sua boca.  

Olhem para Ele, quando estiverem a passar pelo sofrimento. Ele sabe o que é, pois passou por isso, e a Bíblia diz que Ele pode compadecer-se de vós.

Deus nunca nos vai dar uma explicação completa sobre as causas do nosso sofrimento. Mas Ele quer ajudar-nos e nós podemos achar compreensão conforto e graça diante do Seu trono de graça, onde Jesus está assentado à sua direita e intercede por nós.

Então quando estivermos a sofrer, não resmunguemos com Deus, o Seu Filho sabe melhor que nós o que é o sofrimento, aproximemo-nos Dele buscando auxílio e conforto.

Hebreus 4:14-16 "Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna".


I V. As verdadeiras causas para o sofrimento

A. Nunca iremos compreender porquê que Deus permite o sofrimento

Algumas das causas do sofrimento no mundo tem a sua origem no aparecimento do diabo e do pecado original? É o ensino claro da Bíblia.

Nós nunca iremos compreender completamente porquê que Deus permite que “o diabo ande por aí a fazer tanto mal”, nem “porquê que Deus permitiu que o pecado original entrasse no mundo”.

B. Deus não quer explicar, mas ajudar lidar com o sofrimento

É claro que com a ajuda da Bíblia, nós poderemos compreender algumas causas para o sofrimento,

Mas as respostas de Deus à questão do sofrimento, são mais para nos ajudar a confrontar o sofrimento de uma forma mais positiva.

As resposta de Deus, não são bem para explicar as causas do sofrimento, mas para nos ajudar a encarar o sofrimento de uma forma positiva.

C. Deus não tem de dar explicações a ninguém sobre os seus desígnios

Deus não tem que dar explicações a ninguém sobre os seus desígnios para um mundo que foi criado por Ele!

Muitos perguntam. Será que Deus não podia ter criado um mundo sem mosquitos que só nos aborrecem e onde não existisse a doença que traz tanta dor? Claro que podia. Mas, Deus, não quis criar um mundo assim.

"Deus quis criar um mundo onde há mosquitos e onde há doença e dor, como também paz e alegria".

Deus podia-nos ter criado como aquela boneca de pilhas que quando nós abraçamos e pressionamos um botão, ela diz “I love you”. Mas o quê que aquela boneca sente? Nada.

Ou podia-nos ter criado como umas marionetes que fazem tudo o que o dono manda.

Mas ele teve um outro propósito, muito maior, com a criação do mundo e com a nossa própria criação, como seres humanos.

D. Deus criou o mundo e o homem com um propósito maior

Deus tem um propósito maior para nós, do que sermos só a boneca do “I love you” ou como uma marionete. Deus quer que sejamos pessoas que pensam, sentem, choram, riam, façam escolhas, tenham prazer mas também saibam o que é o sofrer. E porquê?

Embora não saibamos todos os porquês de Deus, podemos avançar com os argumentos:

1. Deus quer que nós saibamos dar valor à vida que ele nos ofereceu.

Deus criou-nos para sermos Seus filhos, não marionetes telecomandadas, e, por isso,

Deus quer que nós saibamos dar valor à vida que ELE nos deu e que possamos também dar valor a Deus.

2. Deus quer que tenhamos necessidade de depender Dele, de viver para Ele.

Deus não quis ser somente o nosso criador, mas quis criar-nos de uma forma tal, com uma vontade própria que voluntariamente escolhêssemos depender Dele, andar com Ele.

Isto era impossível sem dor e sem sofrimento, sem problemas e sem provas para lidar e para vencer.

Sem escolhas à nossa frente, em que por nós próprios pudéssemos dizer “Sim ou Não”.

Deus criou-nos com uma lei moral dentro de nós, mas também com uma vontade para escolher se queremos ou não seguir este código moral, afinal seguir o “Bem ou o Mal”.

3. O sofrimento serve para nos alertar.

Ajuda-nos a dar valor às boas coisas. Quando é que nós damos valor à saúde?

Deus através do sofrimento quer alertar-nos para o facto de que somos feitos da terra, fracos, falíveis, que podemos ser quebrados, O sofrimento ensina-nos que precisamos de Deus, precisamos dos outros e que os outros precisam de nós.


V. Deus permite o sofrimento para ser uma escola da vida

A. O sofrimento serve para disciplinar e corrigir

Hebreus 12:5-6 - Como filhos precisamos aprender a obedecer, e devemos aceitar a disciplina e a correcção de Deus, quando estamos a desobedecer ou a não viver segundo a vontade de Deus numa determinada área da nossa vida.

B. O sofrimento serve para dirigir

II Coríntios 12:9-10 "Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte."

Normalmente, as pessoas revoltam-se muito contra o sofrimento e a dor. E afastam-se de Deus. Mas embora pareça estranho, o sofrimento e a dor serve, muitas vezes, para dirigir a pessoas para perto de Deus. E serve para dirigir a vida das pessoas.

As pessoas estão a vivendo uma vida à toa, sem sentido, irresponsável, mas de repente vem a dor ou o sofrimento e elas param para pensar na vida que estão a levar e deixam-se dirigir para uma vida diferente, começam a ter juízo, a serem responsáveis, a pensarem em coisas de valor que nunca tinham pensado até àquele momento.

Como já foi dito:

"para uns a dor cria revolta e afasta-os mais e mais de Deus, mas, para outros, a dor aproxima-os mais e mais de Deus. Por isso Deus permite o sofrimento e a dor."

Joni, que ficou tetraplégica, e é uma artista e escritora, é um desses casos. Ela afirma várias vezes, que o seu sofrimento dirigiu-a em direcção a Deus e deu um sentido supremo à sua vida. Mudou completamente a sua maneira de ver a vida.

II Coríntios 12:9 "Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo".

C. O Sofrimento serve para moldar

Tiago 1:2- 4 "Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Tenha porém a paciência, a sua obra completa, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma"

Romanos 5:3 "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança"

Romanos 8:28 "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente, para o bem daqueles que amam a Deus".

Este textos bíblicos revelam que as provas e o sofrimento, se for encarado de uma forma positiva, do ponto de vista da Bíblia, aumenta a nossa fé, o nosso amor, a nossa paciência e a nossa bondade.

Há treinadores de atletismo que dizem “no pain, no gain” (não dor, não ganho)

Para estes treinadores, quem não estiver pronto para se esforçar, sentir dor, sofrer um pouco, sacrificar-se, não vai muito longe na vida.

Um filho habituado a ter tudo, que nunca conheceu uma necessidade, nunca precisou fazer nada para ganhar alguma coisa. Tudo lhe foi entregue dentro de uma bandeja. De certeza que o seu carácter, a sua pessoa não vai ser moldada, nunca irá dar valor à vida, e nunca se importará com os outros, por exemplo, que são mais pobres.

O sofrimento, problemas, provas, dissabores, frustrações, juntamente com as bênçãos, vitórias, alegrias servem para moldar a nossa vida. Tornam-nos pessoas capazes, maduras, bondosas, e com um bom carácter.

D. O sofrimento serve para unir

II Coríntios 1:4-5 "É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo."

O sofrimento revela a nossa fragilidade, fraqueza. Um atleta se estiver bem, não nota quão fraco é. Às vezes até pensa que é um super-homem. Mas quando vem o problema do joelho, ou da perna, ele vê que afinal ele é fraco, ou pelo menos não é tão forte como pensava.

Quando vemos os outros doentes, a tossirem, a queixarem-se de depressão, a irem ao médico estando tudo bem connosco, pensamos que somo fortes, que não nos ataca a nós e às vezes até pensamos que os outros é que são é fracos, estão a fingir, ou a exagerar.

E não só. É a partir daí também que apreciamos mais o sofrimento dos outros, compreendemos melhor, e da próxima vez quando os outros se queixarem, nós os acarinhamos, ajudamos, porque sabemos que não estamos livres que a dor e o sofrimento bata à nossa porta.

O nosso sofrimento leva-nos a compreender e a amar mais aos outros e também fazer-nos sentir a necessidade de sermos mais amados por eles em hora de necessidade. O nosso sofrimento torna-nos solidários, une-nos aos outros.

É por isso que quando estivermos diante do sofrimento dos outros devemos reagir assim:

 a. Estar presente e se possível, dar a mão, um abraço.

b. Deixa-os expressar os seus sentimentos, as suas ideias.

c. Não condenes as suas emoções.

d. Evita dizer: “tu não devias sentir isto”. “isto não acontece só a ti”.

e. Aprende com o sofrimento deles.

f. Assegura-os das tuas orações.

g. Pede a Deus por eles.

h. Mantêm o contacto.

i. Não alimentes a culpa deles.

 Todo o sofrimento, doença e morte, são consequência do pecado original que afecta toda raça humana, mas não podemos dizer que se alguém está a sofrer é porque pecou, cometendo uma transgressão contra a lei de Deus.

A pessoa pode estar completamente inocente, viver em comunhão com Deus e de um momento para o outro, morrer-lhe um familiar muito querido, ou apanhar uma doença terminal. É claro que isto irá causar-lhe um grande sofrimento, mas a pessoa não se pode culpar por isto, não é culpa dela.

É claro que se uma pessoa está a sofrer devido a atitudes erradas que teve, isto é diferente à situação posta no parágrafo anterior. Neste caso, a pessoa terá que reconhecer o seu pecado, pedir perdão a Deus, e aprender a lidar e a aceitar com paciência e sabedoria os problemas e sequelas que as atitudes erradas possam eventualmente ter deixado na sua vida.

Nós devemos compreender que o sofrimento não é sempre um gémeo do pecado.


FIM