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segunda-feira, 9 de julho de 2007

12 - O Livro de Habacuque

Grande parte do conteúdo dos comentários sobre os Livros dos profetas do Antigo Testamento não foram escritos por mim, é claro.

No entanto, eles representam muitos meses de investigação na Internet e um grande trabalho de coordenação para seleccionar e juntar o material que julguei ser de interesse para pastores e pregadores do Evangelho.

Além disso, eu tive que sistematizar os diversos comentários de forma estruturada e apresentável, para facilitar a leitura e assim os pastores e pregadores poderem encontrar facilmente as suas mensagens, bastando adicionar uma pequena dose de inspiração pessoal à mensagem escolhida.

E a todo este trabalho de busca, selecção e sistematização dos comentários, eu adicionei ainda ideias pessoais que enriqueceram estas exposições dos livros dos profetas.


O livro de Habacuque


I. Introdução

Habacuque ou Habacuc, assim é chamado o livro escrito pelo profeta do mesmo nome, que significa abraço, e está incluso, na subdivisão da Bíblia chamada de Profetas menores, sendo um livro de apenas três capítulos, provavelmente tenha sido escrito no século V a.C..

Habacuque sugere que o profeta observava a sociedade judaica a partir do templo, onde possivelmente servia como levita, isto é cantor. Podemos notar que o capítulo três deste livro é uma canção, sendo que os últimos três versos vs 17-19 são considerados uma das maiores expressões de fé do Antigo Testamento.

O livro de Habacuque é diferente dos demais livros dos profetas em seu estilo literário, pois não vemos profecias contra esta ou aquela nação ou pessoa em particular, porém o que se pode ver é um diálogo entre o profeta e Deus.

Vemos um versículo importante no capítulo dois: "O justo viverá da fé", que mais tarde inspiraria o Apóstolo Paulo as suas cartas epistolares, a de Romanos em especial, cheias de teologia baseada na questão da salvação, que o homem é justificado pela Fé, que posteriormente inspirou também Martinho Lutero na elaboração das "95 Teses" que foram o "gatilho" da Reforma e foram afixadas na Catedral de Wittemberg na Alemanha.


I I. O autor e data

A. Autor: Habacuque

O nome “Habacuque” significa “abraço” ou significando que ele foi “abraçado por Deus” e, desse modo, fortalecido por ele para sua difícil tarefa, ou “abraçando outros”, dessa maneira encorajando-os nos tempos de crise nacional.

"A notação musical encontrada em 3:19, pode indicar que Habacuque era qualificado para liderar a adoração no templo como um membro da família dos sacerdotes da tribo de Levi". O profeta está imbuído de um senso de justiça, o qual não o deixará ignorar a violenta injustiça existente em volta dele. Ele também aprendeu a necessidade de apresentar as questões mais importantes sobre a vida perante Aquele que criou e redime a vida.

B. Data: Cerca de 600 aC


I I I. Contexto histórico e conteúdo

A. Contexto Histórico

Habacuque viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá. Seu país havia caído do auge das reformas de Josias para as profundezas do tratamento violento de seus cidadãos, medidas opressoras contra o necessitado e a ruína do sistema legal. O mundo localizado ao redor de Judá estava em guerra, com a Babilónia que se levantava em ascensão sobre a Assíria e Egipto.

A ameaça de invasão do Norte foi adicionado à desordem interna de Judá. Habacuque , provavelmente, tenha escrito durante o intercalo entre a queda de Nínive, em 612 aC e a queda de Jerusalém, em 586 aC.

B. O Conteúdo do livro


1. Jornada espiritual de Habacuque da dúvida à adoração

"O Livro de Habacuque relata uma jornada espiritual, a trajectória do profeta que foi da dúvida à adoração. A diferença entre o início do Livro 1.1-4 e o final do livro 3.17-19 é impressionante".

No final do livro ele expressa no final a maior declaração de fé do Antigo Testamento. Habacuque começa o livro a resmungar, confrontando Deus com muitas questões e dúvidas, e acaba o livro a adorar a Deus dizendo, ou cantando:

“ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente. Ao mestre de canto. Para instrumentos de cordas. Habacuque 3:17-19


2. Habacuque expressa dúvidas sobre a forma de Deus agir.

Nos primeiros quatro versículos, Habacuque é oprimido pelas circunstâncias existentes ao seu redor. Ele não consegue pensar em nada além da iniquidade e da violência que ele vê à sua volta, entre as nações, e entre o seu povo.

Embora Habacuque fale com Deus 1.2, ele está confuso pois pensa que Deus se retirou do cenário da terra: as palavras de Deus foram esquecidas; as Suas mãos já não se manifestam mais no mundo; Deus não pode ser encontrado em lugar algum.

Parece que são os homens a dirigir o mundo, homens vis, por isso mesmo, dirigem-no sem o temor de Deus. As palavras que Habacuque utliza descrevem a cena que está a passar na terra:

“iniquidade... vexação... destruição... violência... contenda... litígio... A lei se afrouxa... a sentença nunca sai... o ímpio cerca o justo... o juízo sai pervertido”.

3. Habacuque abandona as dúvidas e perguntas e adora a Deus

"Quão diferente é a cena nos três últimos versículos do livro 3.17-19!"

Tudo mudou! O profeta não se encontra mais zangado e ansioso por causa das circunstâncias, pois sua visão foi elevada. As questões temporais não ocupam mais os seus pensamentos, mas seus pensamentos estão nas coisas do alto.

Em vez de estar sendo regido por considerações mundanas, Habacuque fixou a sua esperança em Deus, pois ele percebe que Deus tem interesse em suas criaturas. Ele é a fonte da alegria e da força do profeta. Habacuque descobriu que Deus o criou para algo sublime, elevado: “E me fará andar sobre as minhas alturas” 3.19.

As palavras do último parágrafo contrastam muito com as do primeiro:

“e alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é a minha força... Pés como os das cervas... Andar sobre as minhas alturas” 3.18,19.

Assim, Habacuque foi da queixa à confiança, da dúvida à fé, do homem a Deus, dos vales aos montes altos.

Se o centro do evangelho é a mudança e a transformação, o Livro de Habacuque assume esta renovação, transformação. No centro da mudança e no centro da mensagem do profeta encontramos o credo da fé:

“O justo, pela sua fé, viverá" 2.4

Para o profeta, Deus promete protecção em tempos de grande sublevação. Quando a invasão, que foi predita, pelas forças estrangeiras se tornar uma realidade, aquele remanescente justo cujo Deus é o Senhor, cuja confiança e dependência estão nele, será liberto, e eles viverão.

Para os escritores do NT, tais como Paulo e o autor de Hebreus, essa afirmação de fé é a demonstração do poder do evangelho que dá a aquele que crê a salvação e a segurança da vida eterna.


I V. Cristo revelado no livro de Habacuque

Os termos usados em Habacuque 3.13 ligam a ideia da salvação com o ungido do Senhor. As raízes hebraicas dessas palavras reflectem os dois nomes do nosso Senhor: Jesus, que significa “salvação”, e Cristo que significa “o ungido”.

O contexto aqui é o grande poder de Deus manifestado em favor do seu povo, através de um Rei davídico, que lhes traria a libertação dos seus inimigos.

O Messias veio no tempo determinado 2.3; Gálatas 4.4, e foi dado a ele o nome de “Jesus” como a profecia pré-natal de seu ministério Mateus 1.21, e nasceu “na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor Lucas" 2.11.

Enquanto Habacuque espera pela resposta às suas perguntas, Deus lhe concede um presente, que é a revelação do Messias que trará salvação, que é uma verdade que satisfaz a sua ansiedade, bem como apresenta a solução para sua situação presente:

“O justo, pela sua fé, viverá” 2.4.

O Apóstolo Paulo vê nessa afirmação da Habacuque a pedra fundamental do evangelho de Cristo Romanos 1.16-17. Cristo é a resposta para as necessidades humanas, incluindo a purificação do pecado, o relacionamento com Deus e a esperança no futuro.


V. O Espírito Santo em acção

Nenhuma referência específica sobre o Espírito Santo ocorre no Livro de Habacuque, mas existem sugestões da vida do Espírito Santo operando na vida do profeta.

À medida que o profeta examina a destruição causada pelos exércitos invasores, ele, contudo, expressa uma alegria inabalável que nem mesmo um desastre de tão ampla escala pode roubar dele, nos lembrando que:

“o futuro do Espírito é... gozo, paz, amor …” Gálatas 5.22

Só o Espírito Santo poderia inspirar tais frutos no meio de tão grande calamidade, que suscitou tantas perguntas e dúvidas no coração de Habacuque, e suscitar a afirmação que ele faz: “o justo viverá pela fé” 2:4, assim como a oração de adoração no final desta jornada espiritual "que levou Habacuque da dúvida à fé", 3:17-19


V I. O esboço do livro de Habacuque

 A. As perguntas de Habacuque 1.1-17 a 2.1-20

1. A pergunta acerca da aparente passividade de Deus 1.1-11

A pergunta declarada: “Por que Deus não faz alguma coisa?" 1.1-5

A resposta dada: “Porque eis que suscito os caldeus” 1.6-11

2. A pergunta acerca dos métodos: 1.12-17, 2:1-20

“Por que Deus usa ímpios?”

Resposta dada por Deus A Habacuque 2.1-20

O alcance da resposta 2.2-3

A verdade central para os crentes 2.4

As consequências da verdade para os incrédulos 2.5-20

B. A oração final de Habacuque 3.1-19

1. O poder do Senhor 3.1-16

Um grito de misericórdia 3.1-2

O poder da natureza 3.3-11

O poder contra as nações 3.12-16

2. A fé do profeta 3.17-19

Confiança apesar das circunstâncias 3.17-18

Confiança por causa de Deus 3.19


O Site que eu mais utilizei para elaborar estas apresentações sobre os Profetas foi o seguinte:

Vivos! O Site da Fé Cristã  http://www.vivos.com.br/172.htm


Em baixo pode dar uma olhadela ao meu post sobre a Maçonaria: