domingo, 17 de fevereiro de 2013

Igreja Emergente e os quatro "p" do Papa

A ideia para o meu post Igreja Emergente e os quatros "P" do Papa Francisco, foi tirada do blog Escrever de João Pinheiro de Faro.

Se quiser pode entrar em baixo no Blog ESCREVER:


1. Blogue ESCREVER de João Pinheiro.


A Igreja Emergente dos nossos dias, coloca-nos diante de conceitos 'novos' que podem tornar a verdade em algo muito relativo, pois o mais importante é guardar um bom relacionamento com os outros.














Segundo  João Pinheiro, os cadernos da Escola Pastoral «les Cahiers de l'Ecole Pastorale, (2º trim. 2012) registam alguns tópicos ou "tendências" que lhe pareceram indispensável que os conheçamos.

Tópicos que nos falam das "tendências" actuais da Igreja Emergente:

a. A verdade não é algo objetivo.

b. Todas as opiniões são respeitáveis.

c. Não há valores universais. Cada pessoa estabelece os seus parâmetros.

d. A intenção é o mais importante. Mais do que a "ética".

e. Fazer algo de mal é menos mau do que denunciar alguém...

f. As "relações", isso é prioritário.


2. João Pinheiro termina salientando as "formas de estar".

Formas de "estar" da Igreja Emergente (ou tendendo para isto):

a. Igrejas centradas no desenvolvimento comunitário, como "missão".

b. Igrejas centradas na inovação litúrgica.

c. Igrejas centradas em Cristo e menos na doutrina, no Credo, etc.

d. Igrejas centradas na adaptação às Culturas, porque toda a interpretação das Escrituras está ligada a uma Cultura.

e. Igrejas ortopráxicas - vale sobretudo a experiência pessoal.

f. Igrejas holísticas, em que caiem as barreiras entre o sagrado e o secular.

g. Igrejas de teologia narrativa e não de dogmas.

h. Igrejas "café": informais, interativas, em que se come e bebe. Tipo hip- hop. O culto pode     decorrer num café público ou mesmo numa empresa, ou num cyber-café. Com filmes, literaturas não especialmente cristãs.

i. Igrejas em que o batismo é "desconstruído"...


3. Os quatro "P" do Papa Francisco













Segundo o que lemos no outro post de João Pinheiro no ESCREVER, o primeiro Papa jesuíta, o atual chefe do Catolicismo Romano põe em ação quatro "P", na opinião do Sociólogo Olivier Bobineda. 

Vale a pena ler no ESCREVER um pouco mais sobre os quatro "P" do Papa, pois estão de certo modo um pouco ligados a alguns conceitos da Igreja Emergente.

Proximidade, Princípios, Pragmatismo e Performance.


4. O que é a Igreja Emergente (por Viriato Martins)?

A Igreja Emergente começou a surgir praticamente nos finais do século passado e início do século 21, embora, do meu ponto de vista, seja um movimento cujas raízes já vêm dos anos 60. 

Gostaria de salientar em baixo alguns aspectos sobre a Igreja Emergente:

a. A Igreja Emergente é uma tendência ou movimento:

A Igreja Emergente é mais uma tendência ou movimento do que uma Igreja. É uma tendência ou movimento que está presente em muitas Igrejas prostestantes e evangélicas.

b. Caracterizado pela variedade e o debate:

Há três categorias dentro do movimento: Relevância, Reconstrucionismo e Revisionismo, estou a traduzir da língua inglesa: Relevants, Reconstructionists and Revisionists. 

A Relevância, vem de teólogos conservadores, mas que estão interessados em adaptar-se à cultura dos tempos. 

O Reconstrucionismo, vem de teologias que querem construir Igrejas completamente diferentes, com novas ideias e formatos, para melhor se adaptarem aos tempos.

O Revisionismo, vem de teólogos que questionam se as doutrinas evangélicas estão apropriadas ao mundo pós-modernista.

c. O Foco principal é que a Igreja deve mudar para a cultura dos tempos modernos. 

O pós-modernismo acha que a mensagem sólida do Evangelho é dogmática demais e arrogante. Por isso, os emergentes dizem que um Evangelho mais moderado tinha que ser inventado para ser aceite pelas massas dentro dessa geração mais jovem.

Aí está, a Igreja deve mudar para a cultura dos tempos modernos. As maneiras antigas devem ser descartadas, pois não são sensatas nem confiáveis, e criarem-se novas maneiras. 

d. A Ortodoxia deve ser generosa

A Igreja Emergente acha que  a Ortodoxia deve estar mais virada para os relacionamentos sociais e para a caridade e que é isto que conduzirá as pessoas à verdade, em vez de dar ênfase à pregação do Evangelho, e encaram com muita relutância a pregação sobre a perdição eterna dos pecadores impenitentes.

Eles consideram que os fundamentalistas apresentam as boas novas do Evangelho de uma forma muito agressiva.

e. O Ponto central que é Jesus é o que importa.

A Igreja Emergente opõe-se a que se coloquem limites que dividam as pessoas em duas categorias - crentes e descrentes, e que se estabeleçam critérios de membrazia em que os descrentes fiquem de fora.

Para eles, não se deve pôr limites, práticos ou doutrinais, pois o que interessa é o ponto central que é Jesus e que cada um se movimente em direção a este ponto central.

Qualquer pessoa, não importa em que ponto está é aceite como membro se estiver a movimentar-se em direção ao ponto central que é Jesus.

f. Evangelismo e Missão


Normalmente, colocam mais valor nas "boas obras" e na "acção social", do que na missão e no evangelismo. 


Aliás, para os emergentes as "boas obras" e a "acção social" são afinal o evangelismo e a missão. 


No entanto, apesar disso, devo salientar que uma parte dos emergentes incluiem completamente o ensino sobre Cristo e sua obra redendora na sua acção social e actividades ligadas à caridade.

g. "World View" e hermenêutica.


Muitos dentro da Igreja Emergente defendem que deve haver uma descontrução do dogma cristão. 


Por essa razão, os cristãos devem envolver-se no diálogo mais do que na pregação de uma mensagem pré-concebida. 

5. Conclusão por Viriato Martins 

Eu penso que algumas ideias da Igreja Emergente e alguns dos "P" do Papa Francisco, existem simplesmente para procurar aproximar o "fosso" entre as antigas e as novas gerações e épocas e levar a mensagem cristã com mais eficiência aos nossos dias.

A Igreja não pode perder a cruz















E acho que nós podemos utilizar algumas dessas ideias e intenções para a evangelização das diferentes culturas e grupos de indivíduos.

Eu sou apologista que devemos pôr em acção uma boa "Teologia de Contextualização" e não cair num excesso de "rigidez" que, por final, em vez de evangelizar ou edificar, acaba por afuguentar e mesmo matar.

Mas, defendo com "unhas e dentes", desculpem a expressão, que quando estamos a evangelizar, mesmo que seja de uma forma bem adaptada e contextualizada aos nossos tempos e às diversas culturas humanas:

Não podemos cair nos erros salientados pelo blogue ESCREVER, quer isto dizer que:


Não podemos relativar a "verdade".

Não podemos respeitar "opiniões" que devem ser denunciadas, no mínimo identificadas.

Não podemos ficar somente na "narrativa" e esquecer os "dogmas".

Não podemos esquecer o "credo" e a "ética" em favor dos "relacionamentos".

Nós podemos utilizar alguns conceitos e práticas da Igreja Emergente e dos quatro "P" do Papa, mas devemos repudiar  os conceitos que embora querendo ajudar-nos na aproximação das culturas e dos problemas humanos, procuram esconder, mesmo com boas intenções, uma parte fundamental do "credo" e da "ética" cristã.

E, muitas vezes, a parte do “credo” que se  esconde das pessoas faz parte do "ámago do Evangelho" que deve ser pregado ao homem.

A evangelização deve conter os seguintes ensinamentos, para ser bíblica e credível:

A Triunidade de Deus: 
Pai, Filho e Espírito Santo.

A Divindade Absoluta de Cristo, que é Deus Filho.

A morte e a ressureição de Cristo para a nossa salvação.

O pecado e o arrependimento do homem.

A fé exclusiva em Cristo para a nossa salvação. 

A vida eterna para os que crêm em Cristo. 

A perdição eterna para os que não crêm em Cristo.

A santificação do nosso corpo, alma e espírito.


O Corpo de Cristo expresso na Igreja Universal e na Igreja Local.

Estes e outros ensinamentos, devem ser conteúdos da evangelização e devem estar no centro de qualquer "formato", método", "estratégia" ou "teologia de contextualização" que utilizemos na evangelização do mundo.

Termino com esta pergunta?

Sim ou Não?

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